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Responsável:
Berri
Andrey Taffner

 

Família Berri

Escrito por Andrey Taffner

Referências:
BERRI, Aléssio. Genealogia famílias Berri e Pisetta. Blumenau: Fundação Casa Dr. Blumenau, 1983.
BERRI, Aléssio. Pioneiros italianos no Médio Vale do Itajaí. Jaraguá do Sul: Gráfica Régis, 2003.
BERTOLDI, José; SCOTTINI, Guido. Rodeio 1875 – 1975: Aspectos de sua História e sua Gente. Blumenau: Gráfica 43 S.A., 1975.



A história da família Berri no médio vale do Itajaí começa com a chegada de Gaspare Berri. Gaspare era filho de Vicenzo Berri e Catterina Camera, tendo nascido em 09/07/1845 na comune (cidade) de Suardi, pertencente a Provincia de Pavia, que por sua vez pertencia ao Reino de Piemonte (a Itália ainda não era um país unificado).
Gaspere Berri emigrou em 1875, juntamente com uma leva de imigrantes trentinos. Ainda no navio conheceu sua futura esposa, a jovem Maddalena Tomelin (de Fornace).  Em 15 de setembro de 1875 o navio chegou no porto de Itajaí, tendo os imigrantes se dirigido a colônia de Blumenau. Em 2 de outubro de 1875 os dois se casaram na antiga capela de Blumenau.
O grupo de imigrantes, incluindo Gaspare, seguiu para a picada de Rodeio, tendo Gaspare escolhido o lote 47 para iniciar sua nova vida. Juntos o casal teve 13 filhos: Vicenzo, Vittorio, Felice, Enriqueta, Matilde, Umberto, Anselmo, Sidia, Rafaele, Angelo, Ana, Elisio e Serafina. Com a morte de sua esposa, Gaspare Berri casou-se com sua prima Adelaide Berri, com a qual teve os filhos Amadeu e Orestes.
Gaspare era bastante envolvido com a comunidade rodeiense. Possuía amizade com Giovani Rossi e Emembergo Pellizzetti, homens que buscavam o aprimoramento social e das lavouras nas colônias do médio vale. Possuía também pequeno acervo de livros italianos, bem como diversos quadros espalhados pela casa, que relembravam sua pátria natal. Além disso possuía armas que trouxera da Itália, que utilizava para caça e para defesa. Por sua coragem, foi designado capovallate – inspetor de quarteirão. Era responsável pela vigilância contra ataques indígenas, bem como informava às autoridades de Blumenau (cidade a qual Rodeio pertencia) sobre a situação geral da colônia.
Gaspare foi também o primeiro homem a adquirir uma carroça em Rodeio, realizando o transporte de bens e mercadorias entre a colônia de Rodeio e outras mais desenvolvidas.
Faleceu em 23 de fevereiro de 1920, com aproximadamente 75 anos de idade.

Filhos de Gaspare Berri com sua primeira esposa, Maddalena Tomelin:

Vicenzo (06/04/1877) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), porém mudou-se para Massaranduba, inicialmente para a comunidade de Benjamim Constant, e depois para Braço do Norte. Casou-se com Genovefa Tamanini, e, pela segunda vez com Rosa Tassi.
Com a primeira esposa teve os filhos: Albino; Luiz; Severino; Estefania; Ines; Catarina; Ana; Francisca; Arcangelo e Artur.
Com a segunda esposa teve os filhos: Melania; Lindovina; Guerino; Jose; Mario; Anonciata; Ida; Pia; Arcangelo e Benjamim.

Vittorio (13/08/1878) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Carolina Pisetta. Tiveram os filhos: Rosa, Germano, Lino, Julio, Amalia, Ema, Ema, Arcangelo, Marcelina, Faustina, Fedele, Celso, Ana e Santina.

Felice (09/12/1881) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Melania Pisetta. Tiveram os filhos: Ida, João, Maximino (Frei Ermínio), Liberato, Eugênio (Frei Silvio), Julia, Serafino, Adelia, Clara, Inacio (Frei Policarpo) e Honorato.

Enriqueta (28/01/1884) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Beniamino Conzatti. Inicialmente o casal morou em Rodeio, porém depois se transferiram para Rio dos Cedros, e por fim para Taió. Tiveram os filhos: Serafino, Rodolfo, Ema, Tecla, Clara, Francisco, Narcizo e Fedele.
Beniamino casou-se pela segunda vez com Redília Demarchi, e teve os filhos: Ervin, Arlindo, Lidia e Elsa.

Matilde (01/01/1885) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Marino Anderle. Inicialmente o casal morou em Rodeio, porém depois transferiram-se para Taió. Tiveram os filhos: Alberto, Ortência, Aleandro, Eugenio, Ana, Carmela, Amélia, Rosa, Olga, Maria, Mário, Madalena e Gelindo.

Umberto (18/06/1888) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Maria Pisetta. Tiveram os filhos: Virgínia, Ortência, Hilário, Cecilia, Filomena, Servanda, Honorina, Alceste, Honorino e Arnolda.

Anselmo (16/04/1890) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Veronica Pisetta. Tiveram os filhos: Liberata (freira), Delfina, Eufrásia, Madalena, Mário, Aléssio, Tercilio, Rosália (freira), Carmela, Gelindo e Osvaldo.

Sidia (15/03/1892) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Fiorílio Fachini. Inicialmente o casal morou em Rodeio, porém depois transferiram-se para Rio dos Cedros, na comunidade de Pomeranos Central. Tiveram os filhos: Verônica, Otília, Tercília, Bernardo, Germano, Artur, Ana, João, Rosa, Madalena, Maria, Honório, Luiz, Mistica, Francisco, Mário e Sídia.
Fiorílio casou-se pela segunda vez com Gilda Pedron, e teve os filhos: Silvio, Ervino, Valdino, Valmor, Gentil, Marta, Marilda, Valdir e Juvenal.

Rafaele (08/05/1894) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Adélia Pacher. Tiveram os filhos: Leandro, Gertrudes, Tercília, Mário, Tercílio, Clara, João, Madalena, Armando, Agnese, José, Adolfo, Etelvina e Ema.

Eliseo (02/07/1896) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Clementina Scoz. Inicialmente o casal morou em Rodeio, porém depois mudaram-se para Rio do Oeste, e por fim para Taió. Suas terras em Taió foram inundadas para a construção da represa. Após a indenização, a família comprou terreno na sede de Taió. O casal teve os filhos: Leopoldo, Elza, Eduardo, Vitor, Luiz, Selma, Vildi Constantina, Vilson, Vili, Velci, Verônica e Vinda Maria.

Angelo (24/09/1897) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Maria Pacher. Angelo morou no Rio Grande do Sul quando ainda era solteiro. Retornando a Rodeio casou-se com Maria. O casal inicialmente morou em Rodeio, onde tiveram seus filhos, porém depois mudaram-se para Rio dos Cedros – comunidade de Nossa Senhora das Dores – Crosera. O casal teve os filhos: Etelvina, Alfredo (veja biografia abaixo), Arcide, Hilda, Elvira, Éttore, Leopoldina (freira) e Luciano.

Ana (08/10/1899) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Luigi Dallarosa. Tiveram os filhos: Cristina, Germano, Virgilio, Ema, Ida, Lino e Maria.

Serafina (09/09/1903) – nasceu em São Virgilio (Rodeio), casou-se com Francisco Dallarosa. O casal passou a residir em Ribeirão do Salto, depois em Ilhota, e por fim em Timbó. Tiveram os filhos: Maria, Ana, Cílio, Miranda, Lindo, Leandro, Leandro, Aléssio, Silvio, Gentil, Zenaide e Valter.

Filhos de Gaspare Berri com sua segunda esposa, Adelaide Berri:

Amadeu – nasceu em São Virgilio (Rodeio). Dedicou-se sempre aos trabalhos rurais. Morreu solteiro.

Orestes – nasceu em São Virgilio (Rodeio). Casou-se com Celestina Lorenzi. Tiveram os filhos: Ana, Santina, Ilda e Realdina.

Biografia de Alfredo Berri - duas vezes prefeito de Rio dos Cedros

Alfredo Berri (19/06/1922) era natural de Rodeio. Seu pai, Angelo Berri, era filho do imigrante Gaspare Berri, originário da cidade de Suardi (Província de Pavia – Itália). Os pais de Alfredo se mudaram para Rio dos Cedros quando ele ainda era jovem, pois a família era muito numerosa em Rodeio, e já não havia terras o suficiente para todos. Fixaram-se na comunidade de Crosera – Nossa Senhora das Dores, em um lote que possuía arrozeiras para cultivar. Seu pai, Angelo, e sua mãe, Maria, dedicavam-se a agricultura, sendo que todos os filhos ajudavam na lida diário do campo. O pai de Alfredo faleceu tragicamente sendo atingido por um coice de cavalo. A partir daquele momento, Alfredo, que era o mais velho dos irmãos, assumiu a função de pai, cuidando de sua família com zelo e atenção.

Alfredo Berri sempre foi homem de grande carisma, estando constantemente envolvido nas atividades comunitárias, na diretoria da igreja local, e assim começou a obter destaque na cidade. Foi eleito vereador de Timbó por duas vezes (na época em que Rio dos Cedros era distrito de Timbó). Em 19 de dezembro de 1961 foi criado oficialmente o município de Rio dos Cedros, sendo que Alfredo Berri foi o primeiro prefeito eleito pelo voto direito dos riocedrenses (mandatos de 1963 a 1969 e 1973 a 1977). E foi durante sua última gestão, em 1975, que comemorou-se o Centenário da Imigração Italiana de Rio dos Cedros, ano no qual foi criado o Circolo Trentino, sendo ele, inclusive, um de seus fundadores. Em outubro de 1978, a convite da Provincia de Trento, realizou viagem para Itália, juntamente com os prefeitos das cidades de Nova Trento e Rodeio, onde também haviam sido realizadas as comemorações do centenário.

Suas gestões no governo municipal incluem as seguintes realizações: construção da sede da Prefeitura, compra de diversos equipamento para obras (uma moto-niveladora, dois caminhões, uma caminhonete e um trator esteira), construção da estrada de Alto São Bernardo, fundação do Ginásio Normal (ensino fundamental), construção da ponte do centro de Rio dos Cedros, entre outras obras.

Foi também um dos fundadores do Rotary Club da cidade e exerceu a função de escrivão de paz desde 1945 até 2008.

Faleceu em 17 de dezembro de 2010, por volta das 21h, deixando seis filhos, onze netos e dois bisnetos, além de uma grande roda de amigos.


Suardi

(scritto da Maria Cristina Berri – Suardi/Pavia)

Iil paese ai tempi della nascita di Gaspare Berri, si chiamava Borgofranco. Fino al 1801 è stato un bel borgo di origine medioevale, con mura di cinta, piazze per il mercato, chiese. Purtroppo, data la sua posizione sulla sponda sinistra del fiume Po, nel 1801 le acque trascinarono via una terza parte dell'abitato e nel 1808 tutto il paese.

I suoi abitanti, compresi i genitori e i nonni di Gaspare, si trasferirono vicino ad un monastero, un chilometro più a nord del paese distrutto e lì fondarono il nuovo paese di Borgofranco che tenne questo nome fino al 1864, anno in cui, con regio decreto (e non per volontà dei suoi abitanti), cambiò la sua denominazione in "Suardi", forse in onore di un altro antico villaggio che si trovava lì vicino e inghiottito anch'esso dalle acque del fiume.

Suardi porta con sé tutto ciò che è stato strappato alla violenza del fiume: Altari delle chiesa, Statue della Madonna, tradizioni e soprattutto gli antenati, i quali non si sono dimenticati del paese di origine e hanno continuato a chiamarlo (e si usa anche oggi) nel loro dialetto "al BURG", cioè il Borgo.

Delle mura del vecchio Borgofranco sono rimasti solo i ruderi nel letto del fiume che, in alcuni periodi dell'anno, quando il fiume ce lo consente, si possono ancora vedere.

Ora Suardi, dopo la crisi economica e il calo demografico degli ultimi anni, è diventato un piccolo paese di 670 abitanti, con pochi servizi (le scuole sono state chiuse da più di 20 anni).

Desenvolvido por: Renan Taffner e Andrey Taffner
Agradecimentos: Marcel L. Zanluca